quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ministério da Cultura enfrenta dificuldades para legalizar igrejas

Luanda – A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, disse quarta-feira, em Luanda, que o trabalho que está a ser elaborado pela instituição que dirige e a congénere da Justiça, em relação ao reconhecimento de igrejas, vai responder as expectativas governamentais nesse sector e reconheceu haver dificuldades com a lei sobre o assunto.

Na intervenção que marcou o encerramento do Workshop sobre Fenómeno Religioso no país, a governante alertou os crentes a “não esquecerem que o número de igrejas por reconhecer é de longe superior, se comparado à densidade demográfica do país, tal como define a lei”, evocando a legislação como estando na base dessa dificuldade de reconhecimento.

Ainda assim, reiterou o compromisso do Ministério da Cultura em continuar o diálogo com àquelas igrejas que, não sendo ainda reconhecidas pelo Estado angolano, possam vir a sê-lo. Acredita que o trabalho que tem vindo a ser elaborado pelos ministérios da Cultura e da Justiça, em relação às igrejas ou denominações, vai responder às expectativas.

“São cerca de mil e 200 igrejas por legalizar e, se comparado com o quadro demográfico, é absolutamente incompatível às necessidades de legalização em posse das autoridades”, referiu a ministra.

Indicou que algumas propostas avançadas durante os dois dias de debates, sobre o esforço a ser desenvolvido para evitar as cisões e alguns conflitos (em determinadas denominações religiosas), deverão levar em conta a abordagem do fenómeno religioso.

À par dessa necessidade (de resolver a situação das igrejas ilegais), o Governo angolano tem outras questões graves por solucionar, nomeadamente o problema das crianças acusadas de feitiçaria, cuja solução requer urgência.

“O Executivo angolano está empenhado em contribuir, em solucionar esses problemas, de modo que possamos encontrar a harmonia desejada e assumir a nossa angolanidade”, sublinhou, sustentando que “podemos absorver outros valores externos, mas nunca estes devem afastar-nos da nossa matriz cultural”.

Defendeu ainda que a problemática da matriz cultural nacional é fundamental para que os angolanos possam sobreviver aos ventos da globalização.

O Seminário Nacional sobre o Fenómeno Religioso decorreu de 14 a 15 de Junho, em Luanda, com a participação de diversas igrejas reconhecidas e por reconhecer pelo Governo angolano, além de representantes das 18 direcções provinciais da Cultura.

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